O conceito de empregabilidade não é recente, apesar só neste século ter passado a ser de uso generalizado. Segundo Alberto (2005) a sua origem remonta ao início do século XX na Grã-Bretanha, sendo depois adotado pelos Estados Unidos e só mais tarde pelos outros países da Europa. Mas ao longo destes tempos o conceito foi sofrendo mutações deter-minadas pelas transformações da realidade económico-social.
Apesar de ainda existirem várias interpretações para o conceito empregabilidade, “todas elas se referem à capacidade dos indivíduos em vivenciarem transições no mercado de trabalho em que se encontram inseridos, o que resulta das competências, conhecimentos e da adaptabilidade” (De Cuyper, Bernhard-Oettel, Berntson, De Witte, & Alarco, 2008 apud Boto, 2011, pág. 66). Ou seja, a capacidade para arranjar um emprego ou para se adequar profissionalmente a um emprego.
A esta definição Cardoso, J. L. et al (2012) acrescentam que a empregabilidade designa também “a qualidade ou possibilidade de se ter um emprego (…) por conta de outrem ao autoemprego” (p. 8). Pesquisas realizadas por Alberto (2005) associam a empregabilidade a cenários de desemprego estrutural, em que esta justifica impossibilidade de inserção no mercado de trabalho dos indivíduos. Argumenta-se que “o desenvolvimento da empregabilidade seria o passaporte para entrada no mercado de trabalho” (Alberto, 2005, p. 162). Desta forma requere-se que os indivíduos se qualifiquem e requalifiquem permanentemente.
Para Boto (2011, p. 6) a empregabilidade “absorve uma série de constructos centrados no indivíduo (e.g. identidade de carreira, adaptabilidade pessoal, proactividade) que se combinam sinergicamente com o fim de ajudar” (Boto, 2011, p. 6) os individuos a adaptarem-se a novas realidades. A autora defende assim que a empregabilidade é um “constructo psicossocial com ênfase centrada no indivíduo, que incorpora características individuais que favorecem uma adaptação cognitiva, comportamental e afectiva” (idem). Assim, empregabilidade refere-se a muito mais que os conhecimentos, capacidades e competências, inclui caracteristcias de ordem superior que permitem aos individuos facilidades na adaptação às exigências do meio, respondendo às oportunidades de forma proactiva.
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