
A situação de desemprego origina, na maior parte das vezes, um distanciamento dos indivíduos em relação às suas redes de sociabilidade, que pode assumir contornos de isolamento e exclusão social. Reparámos que o desem-prego pode ser entendido como “sinónimo de desintegração nas redes de sociabilidade” (Marques, 2009, p. 84), isto é, introduzindo ruturas sociais nos percursos de vida dos de-sempregados, o que dificulta a sua empregabilidade.
Na conceção deste projeto tivemos então em conta que, no apoio a pessoas desemprega-das, é necessário garantir que as “intervenções devem não só ajudar o indivíduo a reem-pregar-se, mas também a manter ou a restabelecer o seu bem-estar subjetivo” (Cruz, 2009, p. 134), sendo esta uma condição facilitadora da procura de emprego.
Segundo Martins, Arroteia, & Gonçalves (2002), a realidade indica-nos que é de ter em consideração “o peso da componente individual, quer através de conhecimentos pessoais, quer de autoproposta na obtenção do emprego” (p. 122), o que quer dizer que as intera-ções sociais são importantes na procura ativa de emprego e que os indivíduos que conse-guem manter/criar redes sociais encontram mais facilidades em reempregar-se e voltar a ter um sentido de pertença social. Neste sentido, estudos desenvolvidos em Portugal, entre outros por Marques (2009), nomeadamente às “estratégias individuais de supera-ção do desemprego” (p. 96), revelam que muitos dos desempregados utilizam a Internet para alargarem as suas relações sociais de modo a tentar encontrar emprego.
Assim, procurámos que este projeto se enquadrasse nestas indicações, disponibilizando uma variedade de recursos capazes de ajudar os desempregados a enfrentarem melhor as dificuldades inerentes à sua situação.
O desemprego
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