Na sequência das criticas que já referimos à denominação de Emigrantes e Nativos digitais, proposta por Prensky (2001), em função do período de nascimento dos indivíduos, surgiu uma alternativa em função do perfil de utilização e acesso à internet. Neste senti-do, os utilizadores da Internet surgem distribuídos por dois grupos: os “Visitantes” e os “Residentes” (White & Cornu, 2011).
Um Visitante é um utilizador temporário dos ambientes online que evita criar uma identidade digital, principalmente por questões de privacidade, não deixando vestígios da sua presença na internet. White & Cornu (2011) defendem que os visitantes, embora possam ter níveis de literacia digital elevados, não utilizam massivamente as aplicações típicas da Web 2.0, como por exemplo as redes sociais, porque não sentem necessidade de o fazer. Para eles a internet é apenas um conjunto de ferramentas para disponibilizar conteúdos e, embora “não sejam avessos a utilizar o Email e o Skype para estabelecer relacionamentos, têm receios em criar um perfil no Facebook” (White & Cornu, 2011)
Quanto aos Residentes, são os utilizadores da internet que vivem online e é-lhes importante o sentido de pertença a uma comunidade virtual, sendo em geral utilizadores de redes sociais e de aplicações de partilha de conteúdos. Para eles, a internet “é um lugar para expressar opiniões, um lugar em que os relacionamentos podem ser formados e expandidos” (White & Cornu, 2011)
Estes autores sublinham que o que está em causa, não é uma questão de idade ou de literacias tecnológicas, mas sim o nível motivação e o contexto em que os utilizadores se envolvem com as tecnologias, nomeadamente com a internet.
Convém observarmos ainda que a fronteira entre visitantes e residentes é muito ténue. Um utilizador até pode apresentar características dos dois grupos em situações distintas da sua vida online. Por exemplo, na sua vida profissional pode adotar uma postura de visitante (sendo mais discreto e passivo) enquanto na sua vida pessoal, apresentar atitudes de um Residente (sendo mais dinâmico e interventivo), ou vice-versa.
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