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Fluência tecnologia


Paralelamente a estas abordagens das literacias, Papert (1997) defende que “a palavra «literacia» está mal aplicada” (p. 53). Por exemplo, exemplifica o autor, para se ser realmente fluente numa língua estrangeira, tem de se ser capaz de articular/pronunciar de forma clara uma ideia complexa ou contar uma história envolvente, ou seja, tem de se ser capaz de «fazer coisas» com essa língua. Neste sentido, “ser tecnologicamente fluente implica não apenas ser capaz de utilizar as ferramentas tecnológicas, mas também saber como construir coisas com significado com essas ferramentas” (idem).

O modo de se adquirir fluência em tecnologia é semelhante ao modo de adquirir fluência numa língua. Depois de se terem interiorizado formas de literacia (como o vocabulário, construção gramatical e resolução de exercícios descontextualizados), a fluência vem com a utilização, com o esforço para nos expressarmos numa série de situações diferentes, com a experimentação.

Se considerarmos um determinado problema na utilização de um computador, uma pessoa pouco fluente fica embaraçada ou pede logo ajuda, enquanto outra tecnologicamente fluente “carregará nalgumas teclas até que alguma coisa aconteça; provavelmente não será o que se queria, mas recuando a partir dai, com calma, tentará de novo acertar” (idem, p. 5).

Assim, a fluência tecnológica é uma competência essencial para o indivíduo aprender a aprender e para impulsionar sua aprendizagem ao longo da vida, porque “conseguem se expressar criativamente, reformular o conhecimento e sintetizar novas informações (…) para se adaptarem às mudanças e obter novas informações para serem mais eficazes (…) seu trabalho e vida pessoal” (Amiel & Amaral, 2013, p. 3).